AVISOS!

Oie!

Bom, eu vou jogar aqui alguns avisos importantes para vocês que ainda estão lendo a história, e que ainda não me abandonaram, rs.
Primeiramente, desculpem-nos pelo erro da música, que ainda não conseguimos concluir aqui no blog, por falha no carregamento do próprio blogger. Logo tentaremos colocar a música novamente.
Em relação às postagens dos capítulos, peço, mais uma vez, desculpas pelo atraso, e antecipadamente, peço desculpas novamente, pois entrarei em semana de provas e não posso me comprometer de postar aqui sem ter a certeza de que vai ser possível.
E ah! Acabei de fazer um novo tópico na comunidade (http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=98648976&tid=5460440666996811123&na=4) e gostaria muito que vocês participassem, até pra eu ter uma idéia de quantos leitores ainda sobrevivem, rs.
Obrigada aos que lêem, e digo já, que se não fossem vocês, isso seria só mais um blog com uma tontinha postando capítulos de uma história ao vento. Obrigada mesmo!

Beijos :*

Capítulo 12/ Capítulo 13

Capítulo 12


A conversa com Cykes foi longa, e só pude perceber o quanto tínhamos conversado quando escutei o motor do carro do meu pai. O relógio marcava exatamente 22h30min e me lembrei que minha mãe ainda não havia chegado. Despedi-me de Cykes, e pedi para que ela mandasse alguns recados para Stiffy e Brooke, que tinham ido numa feira de discos de vinil. Super a cara delas essas coisas, e Cykes também se encaixava em discos, mas os pais dela não haviam deixado ela sair. Desliguei o computador e desci as escadas para encontrar meu pai e comer alguma coisa antes de dormir.

“Oi pai.”

Dei um beijo no rosto de papai enquanto ele pendurava as chaves no chaveiro pregado ao lado da porta.

“Oi Jullie. Está sozinha, filha?”

“É, estou. A mamãe veio em casa de tarde, umas 5 horas, foi para uma reunião em outra cidade e até agora não voltou. Pensei que tivesse falado com ela.”

“ Ah, claro. Eu havia me esquecido dessa reunião... Bom, eu estou cansado, vou tomar um banho e dormir. Está tudo bem?”

Era bem típico do meu pai se esquecer das coisas que as pessoas falam. E mais típico ainda, era ele chegar e não querer puxar assunto comigo. Em certo ponto eu até gostava disso, mas as vezes eu parecia sentir falta.

“Sim, tudo bem. Boa noite, pai.”

Fui até a cozinha e enquanto ele subia as escadas respirando fundo o suficiente para que eu ouvisse do andar de baixo, peguei alguns frios e suco na geladeira e pães no armário. Depois de comer coloquei as louças na pia e subi as escadas pulando alguns degraus. Escovei os dentes e amarrei o cabelo em um rabo de cavalo um pouco frouxo. Eu estava no banheiro e não fazia muito tempo que papai havia chego, mas incrivelmente, eu já conseguia ouvir os roncos.

Deitei-me e peguei o meu IPod, colocando os dois fones no ouvido enquanto me cobria e procurava uma posição confortável na cama. Não demorou muito para que eu ouvisse o carro da minha mãe chegando. Silenciosamente ela entrou em casa, mas eu podia perceber seus passos. Ela parou na porta do meu quarto, apagou a luz e eu fechei os olhos, fingindo que estava dormindo. Eu não tinha sono, mas queria poupar conversa. Ela pareceu acreditar no meu sono de anjo e foi dormir.

Durante a noite um sonho estranho me perturbou. Eu estava em um lugar escuro, mas para cada lado que eu olhava, encontrava uma porta entreaberta. Passei em cada uma delas, sem atravessar por nenhuma das portas. Em uma estava Christofer, sentado em uma cadeira com um violão apoiado na perna e no chão haviam pétalas de rosas. Ele me olhava, sorria e chamava meu nome. Em outra porta, estava John. Encostado em uma parede e com uma rosa entre os dedos. Ele acariciava cada pétala. Olhou para mim, sorriu e chamou meu nome, como Christofer. Em outra porta eu podia ver Brooke, Cykes, Stiffy e Sierra. Não entendi o porque de Sierra estar ali, mas estava. Elas estavam sem rosas mas olhavam para mim, sorriam e chamavam meu nome.
“Filha, Jullie! Está na hora!”

Me levantei assustada, e sem contar o sonho para minha mãe fiz todas as coisas que me cabiam fazer todas as manhãs antes de ir ao colégio.

Enquanto tomava café, minha mãe me contava da reunião da noite anterior, mas eu não pude entender nem se quer uma palavra dita por ela. Eu só pensava no sonho, nas cartas, nas rosas, em Christofer e em John. Eu não estava entendendo. Será que essa mudança de cidade de uma hora para outra estava mexendo com minha cabeça? Será que eu estava começando a ver coisas onde não existiam? Ou as coisas estavam mesmo acontecendo estranhamente?

Ao chegar na escola, a sala já estava um pouco mais cheia, sinal de que eu havia me atrasado um pouco. Até Sierra estava lá, e sentada na carteira atrás da minha. Ela me olhou entrar na sala e sorriu, com o mesmo carisma da primeira vez. Pendurei minha bolsa na minha carteira e sentei-me, virada para ela.

“Oi Jullie. Como está?”

“Olá. Hum, Bem, e você?”

“Tudo ótimo... posso levar um papo contigo depois da aula?”

Ai meu deus. Não sei por qual motivo, mas ouvir ela dizendo isso me deu uma pontada no peito, como de preocupação.

“Sim, claro. Mas, não quer adiantar?”

Sierra olhou para a porta logo em seguida e Chris entrara. Ela voltou a me olhar, mas dessa vez sem sorrir.

“Não, Jully. Depois.”

Me assustei um pouco com a forma dela falar, assenti e virei-me para frente.

“Tá ok.”

Em meio segundo Christofer já estava do meu lado, e automaticamente na diagonal de Sierra. Ele a cumprimentou apenas com a cabeça e um sorriso.

“Oi Jully.”

“Oi, e ai? Como foi com os meninos da banda?”

No momento em que pronunciei a palavra ‘banda’ um sorriso enorme se estendeu pelo rosto de Christofer. Seus olhos brilharam e ele encheu a boca para me responder com entusiasmo.

“Cara, eles surtaram! Do mesmo jeito que eu havia te dito, eles enlouqueceram! Você tinha que estar lá para ver, nossa!”

Não me irei para olhar, mas por causa das carteira grudadas, senti Sierra virar-se para trás, provavelmente para conversar com a garota ali sentada.

“Que bom! Eu bem que podia imaginar mesmo... e então está certo que vão tocar no Festival?”

“É claro! Não íamos perder essa chance, nunca!”

No momento em que Chris terminou de falar, um inspetor entrou na aula para dar um comunicado.

“ATENÇÃO PESSOAL! POR FAVOR, ATENÇÃO! A DIRETORIA CONVOCOU UMA REUNIÃO DE MESTRES DE ULTIMA HORA, PORTANTO, A AULA DE HOJE ESTÁ SUSPENSA! A AULA DE HOJE, SUSPENSA! BOM FINAL DE SEMANA A TODOS.”

Olhei para Christofer e ele estava rindo consigo mesmo.

“Era tudo que eu mais precisava. Tudo está conspirando ao meu favor, que ótimo.”

Eu ri com ele, e Sierra se levantou e parou ao meu lado.

“Jullie, podemos conversar agora?”

Christofer fechou a cara no exato momento, olhou para mim com uma expressão de medo e eu tentei me comunicar com ele por olhares, mas não tive sucesso.

“Claro, a aula foi suspensa, né? Podemos conversar sim.”

“Bom, Jully. Te vejo mais tarde? Passo na tua casa para conversamos... Tchau S-Sierra...”

“Aham, tchau.”

Sierra apenas o olhou, sem dizer nem se quer uma palavra. Adorei o modo como ela começou a conversa, sem embolação, foi direto ao ponto.

“Jullie, eu não quero parecer intrometida, mas me disseram que ontem você e Chris foram embora juntos. É verdade?”

Eu assenti e mesmo assim tive que adicionar algumas palavras a minha resposta.

“Fomos embora juntos. Nós moramos na mesma rua, e ele pediu para conversar comigo, mas, Sierra, quero qu...”

“Não, não, não. Jully, Eu não preciso de explicações. Só quero deixar claro que se alguma coisa acontecer, eu não vou virar a cara para você. Acredito que já amadureci o suficiente para ter noção dos motivos que podem separar as pessoas, e eu tenho certeza que o Christofer não vai ser o motivo que possa nos separar. Você chegou agora, e acho que precisa de uma amiga aqui, e conte comigo, para o que precisar.”

Eu não podia deixar de achar estranho essa situação. Eu não estava interessada no Chris, pelo menos eu achava isso. E a ex-namorada dele não precisava ser minha amiga se ela não quisesse. Cada dia que passava, ou melhor, a cada minuto as coisas ficavam mais estranhas por aqui.

“Sierra... eu não quero nada com o Christofer. Não faz muito tempo que saí de um relacionamento perturbador e não quero me envolver com alguém agora. Mas mesmo assim, obrigada. Obrigada mesmo.”

“Não me agradeça, Jully. E... se cuida. Bom, eu preciso ir... vou aproveitar que hoje não tem aula para arrumar meu quarto... Segunda nos vemos. Tchau, Jullie.”

O pedido dela para que eu me cuidasse me deixou duvidosa dos fatos.

A conversa com Sierra foi curta, e para mim não fez muita diferença. Eu não podia deixar de ouvi-la, mas eu realmente pensava que ela estaria muito brava ou decepcionada comigo por ter ido embora com Christofer. Para falar a verdade, eu gostava da companhia dele. Ele era engraçado, não dizia coisas imbecis e eu não conseguia ficar algum tempo que fosse sem sorrir com ele. Mas se da parte dele havia alguma coisa a mais, eu precisava deixar claro que da minha parte não havia nada. Pelo menos até onde estávamos tudo estava equilibrado e eu não havia percebido nenhum sinal de diferença entre os sentimentos que nos acompanhavam. Mesmo estando com Chris eu pensava em John, e talvez isso fosse uma prova a mim mesma de que da minha parte, nada estava diferente. Eu não podia fazer nada no momento, aliás, eu podia sim. Esperar e deixar que o tempo me mostrasse tudo.



Capítulo 13


O resto do dia foi tranqüilo, como eu imaginei que seria. Avisei minha mãe de que a aula estava suspensa e antes de ir para casa fui até o supermercado comprar algo para fazer no horário do almoço. Na ultima vez em que passei naquele supermercado, Christofer me encontrou, e eu esperava que isso não se repetisse. Eu precisava pensar. Pensar ainda mais do que estava pensando. Eu precisava de mais tempo com mais pensamentos. Comprei macarrão instantâneo e refrigerante, mais prático eu não poderia encontrar.

Ao chegar em casa coloquei as compras na cozinha e subi para meu quarto. Eu não daria a sorte de encontrar alguém online a essa hora, todos estavam na escola, então resolvi dormir. No relógio eu podia ver que não passava das 9 da manhã, e se eu conseguisse dormir pelo menos até o meio dia, estaria disposta para qualquer coisa durante o dia. Troquei de roupa e deitei-me, com o IPod ligado e o celular do meu lado, embaixo do travesseiro. Isso era mania. Meu celular sempre ‘dormia’ do meu lado. Eu não saia de casa sem ele, e se isso algum dia acontecesse, eu me sentia nua, incompleta.

Não demorei muito a dormir e confesso que fiquei feliz por não ter tido nenhum sonho que atrapalhasse meu sono.

Eu ainda estava dormindo quando o celular vibrou embaixo do travesseiro. Abri-o sem olhar o nome ou número de quem ligava e atendi, com a voz sonolenta.

“Alô?”

“Jullie? É o Christofer. Está bem?”

“Hum, oi Chris. Tudo bem, e... obrigada por me acordar, eu havia prometido a mim mesma que dormiria até o meio dia mesmo...”

Enquanto me levantava, me despreguiçando, olhei no relógio pousado em minha escrivaninha e marcava meio dia em ponto.

“Ah, eu te acordei? Foi mal... eu não ia te ligar, mas resolvi ligar antes de ir até aí para ver se estava em casa...”

Que ótimo. Ele não só me acordou como também vai vir em casa. E eu aqui, de pijama, toda horrorosa e com a maior cara de acabada.

“Você vai vir aqui?”

“Sim, eu estava pensando em ir se não atrapalhar, é claro.”

“Não, não... Pode vir, só me dê alguns minutos. Eu preciso tomar um banho e comer, voc...”

“Tudo bem, Jully. Tome banho, não precisa comer. Tá afim de ir na lanchonete comigo? Meus pais foram viajar e estou com preguiça de fazer comida... e aí?”

Acho que não havia nada de errado em aceitar o convite, e além disso, não podia resistir ao pedido de deixar a cozinha limpa até a hora que mamãe chegasse em casa.

“Perfeito. Só vou me arrumar e já podemos ir. Me encontra aqui?”

“Claro. Precisa de quanto tempo?”

“3 horas está de bom tamanho, rs. Brincadeira, Chris. Bom, agora são meio dia... pode vir entre 12h50min e 13h?”

“Tudo bem... então, te vejo daqui a pouco.”

“Tchau.”

Desliguei o telefone e fui até o guarda roupa pegar alguma blusa e calça jeans. O tempo estava um pouco nublado, então peguei uma blusa de moletom para o caso de esfriar. Tomei um banho rápido, para dar tempo de secar o cabelo. Saí do banheiro e fui me arrumar no quarto, onde dei um jeito no meu cabelo e passei uma maquiagem de leve. Estava terminando de amarrar os tênis quando Christofer chegou e do jardim, gritou meu nome:

“Jully! Jully?”

Tropeçando nos cadarços me levantei e fui até a janela.

“Só um segundo, já estou descendo.”

Peguei o moletom, o celular e coloquei-o no bolso da calça enquanto descia as escadas. Saí de casa e Chris estava me esperando do outro lado da rua. Atravessei e fui me encontrar com ele.

“Estava terminando de amarrar o tênis...”

“Relaxa. Tá bonita.”

Dei um sorriso fechado e torto, e ele segurou meus ombros e me deu um beijo na bochecha, sorrindo. Fomos andando e percebi que Christofer estava com o violão nas costas. Não sabia que aqui as pessoas comiam com instrumentos musicais. Provavelmente ele me viu olhar para o violão, e se explicou.

“Ah! Eu tenho ensaio hoje, mais tarde. E pensei que talvez você pudesse querer ir comigo... estamos passando algumas musicas novas, para o Festival e se quiser ir para nos dar opiniões e tal... topa?”

“Tudo bem, pode ser, mas... não vai atrapalhar? E também, você não deve ter avisado os outros da banda de que vai me levar, eles podem achar ruim, não?”

“Sem problema nenhum, se liga, eu mando naquela banda, rs.”

Ao terminar de falar, Chris deu risada, e ele parecia animado.

“Tudo bem então, eu vou, mas, me diz, o que você faz na banda?”

“Ah, vocal é meu. Mas eu curto tocar também, por isso levo o violão nos ensaios. Em apresentações não, eu só canto.”

“Hum... Christofer vocalista de uma banda. Interessante... e qual o nome?”

“The Best Cloud.”

“Bom nome... Christofer vocalista da banda The Best Cloud... Muito interessante, hein?”

Nós dois demos risada e quando me dei conta já estávamos entrando na lanchonete. Não tinha muita gente, e Chris quis sentar no fundo da lanchonete, onde ao redor das mesas tinham sofazinhos no lugar de bancos. Para mim era indiferente o lugar onde íamos sentar. Pedimos os nossos lanches e enquanto não chegava, Christofer me fez [mais] um convite.

“Jully, já sabe o que vai fazer sábado que vem?”

“Acho que nada... porque?”

“Porque o Festival é sábado que vem, e eu ia adorar se você fosse.”

É claro que para esse pessoal das bandas, quanto mais pessoas em uma apresentação melhor era. Mas as palavras de Christofer me deixaram com algumas borboletas no estômago.

“Ah, claro... Seria ótimo.”

Pode ter sido uma super impressão da minha parte, mas os olhos de Chris brilharam ao encontrar os meus, e principalmente ao me ouvir responder. Ele sorriu e mexeu na franja. Incrível, mas parecia que ele sabia exatamente qual era meu ponto fraco e como eu ficava boba quando ele mexia naquele maldito cabelo.

No mesmo instante, a garçonete nos interrompeu colocando os lanches na mesa. Comemos os lanches enquanto combinávamos os planos do sábado que vem.

“Eu posso passar na tua casa pra te buscar e irmos juntos, mas vou para o Festival mais cedo, e talvez você se importe de estar lá enquanto tudo estiver vazio...”

Na verdade eu queria tempo para me arrumar e talvez chegar lá quando ainda estivesse vazio podia mesmo ser chato.

“Não, Chris... não precisa. Eu encontro você lá, pode ser? Talvez uma amiga minha de Dallas venha para cá exatamente no final de semana do Festival, e eu vou com ela, nem se preocupe.”

Eu mesma não sabia dessa história de que alguma das meninas viria para Houston, mas a idéia me pareceu perfeita.

“Você escolhe, mas promete que vai?”

“Ahhh! eu vou, já disse. Encontro você lá.”

Ele sorriu e olho no relógio ao terminar de comer.

Ficamos conversando por algum tempo antes de sair da lanchonete, e, no entanto, ainda estava cedo para o ensaio. Saímos da lanchonete e andamos pelo centro da cidade, praticamente a tarde inteira. Em alguns momentos Christofer falou de Sierra, e me fez contar o que ela havia dito para mim. É claro que eu evitei a parte de que pudéssemos ter alguma coisa, mas ele não pareceu acreditar muito na história que inventei para substituir essa parte. De algumas formas ele me mostrou sentir falta dela, mas me envergonhou um pouco ao dizer:

Eu sinto falta dela... mas quando eu estou andando com você, conversando, como estamos agora, meus pensamentos fogem até dela...”

Abaixei a cabeça e comecei a pensar no que Sierra havia me dito algumas horas antes, e do que eu havia respondido a ela. Buscando alguma forma de me distrair, peguei meu celular para ver as horas.

“ Chris, já são 17h48min. Não acha melhor irmos para o ensaio?”

“É, sim... vamos indo... sempre chego atrasado, os caras me xingam até a morte por isso.”

Segui ao lado de Christofer, e talvez ele tenha percebido a minha timidez com aquilo que ele disse, e não falou mais nada parecido durante o caminho. E quando chegamos no ensaio da banda, mais uma coisa me envergonhou.